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quinta-feira, 11 de julho de 2013

P29BR 29ER DOC - O Dilema do Tamanho do Quadro

Fonte maior de dúvidas.

Desde o meu primeiro post publicado no P29BR, muita coisa mudou, para melhor, no cenário do mountain biking quando o assunto é o aro 29. O número de interessados em migrar para as rodonas não parou de crescer, exponencialmente, diga-se de passagem. Por consequência, algumas dúvidas em relação ao formato



também se tornaram frequentes, contudo grande parte dos revendedores ainda não se preparou satisfatoriamente para oferecer ao consumidor informação suficiente a respeito das 29ers . Abro então mais uma vez este espaço para responder a uma dessas questões cruciais e assim ajudar a garantir a melhor experiência possível aos novos adeptos das rodas grandes.







A mais fundamental e, talvez, controversa questão versa sobre o tamanho do quadro de sua futura 29er. Independentemente do diâmetro das rodas, hoje as fábricas utilizam o comprimento do tubo do selim, medido a partir do eixo do movimento central, como padrão para definir o tamanho de um quadro. Essa medida, além de apresentar pequenas variações na maneira como é obtida de uma marca à outra, representa muito pouco em relação ao todo que deve ser realmente levado em consideração no momento adquirir uma nova bike.

O futuro comprador deverá estar atento ainda a um segundo número conhecido como top tube efetivo ou horizontal, distância medida horizontalmente do centro da caixa de direção ao centro da projeção do eixo do tubo do selim. Até pouco tempo o top tube efetivo nas 29ers era proporcionalmente maior que nas demais mountain bikes equipadas com rodas menores. Aquele que meramente comparasse os dois formatos buscando na nova aro 29 um espelho para sua aro 26 atual, num primeiro momento poderia supor então que o mais correto seria optar por um quadro um pouco menor, para que ambos se equivalessem em termos de top tube efetivo, é exatamente aí onde, em minha opinião, reside o equívoco mais comum entre os novos candidatos a proprietário de uma 29er.




Finalmente o último ponto de atenção durante o processo de migração às rodonas, envolve a variável conhecida como “standover height”, que é a medida da altura do top tube em relação ao solo, normalmente obtida a partir do ponto médio do top tube ou 10cm à frente da ponta do selim, visto que em muitos quadros o tubo superior é bastante inclinado. O “standover height” está diretamente relacionado à facilidade de montar e desmontar de sua bike, além de ter muito a ver com o quesito conforto. O ideal será que a medida conhecida como “cavalo” esteja pelo menos 3cm acima do top tube quando o piloto estiver posicionado sobre a bicicleta com os pés plantados no chão.

A realidade prática com as 29ers, entretanto, costuma ser francamente antagônica à teórica. O formato se desenvolveu seguindo preceitos e caminhos próprios, ganhou uma geometria toda particular. Hoje, as mountain bikes com rodas grandes se distinguem das 26ers em inúmeros pontos. Por experiência própria, procuro enfatizar que não adianta em nada se ater a comparar as medidas de uma com as da outra e ancorar nesse raciocínio uma eventual escolha. No momento de adquirir minha primeira 29er, isso há quase quatro anos, justamente por falta de experiência com o formato, buscava uma bike que imitasse ao máximo minha aro 26, dessa forma na ocasião acabei optando por um quadro tamanho pequeno. Depois de ganhar experiência, após centenas de quilômetros, percebi que o ideal para mim seria uma bicicleta um pouco maior, tenho 1,76m e medidas proporcionais, hoje pedalo com prazer uma Niner tamanho médio, 16.5”, com top tube efetivo de 603mm (longo para quem ainda pensa “pequeno”) e mesa de 100mm, números muito distantes da minha antiga e já esquecida aro 26. Se tivesse adotado cegamente o meu bike fit da época, talvez jamais aproveitaria tão a fundo as qualidades das rodas grandes.

Outro movimento interessante ocorrido nos últimos tempos, mostra até certo ponto uma aproximação da geometria das bikes aro 26” em relação às 29ers, e não o contrário como se pensava anteriormente. Nas novas bicicletas de algumas das principais marcas do mercado, como, por exemplo, as da Specialized, o comprimento do top tube efetivo nos exemplares de bikes aro 26 “esticou” gradativamente e é hoje muito similar ao encontrado nos modelos equipados com rodonas.

A Niner que só produz 29ers e pode ser considerada um paradigma em relação ao formato, oferece em seu site uma tabela que relaciona a altura do piloto, com o tamanho dos quadros e o comprimento horizontal do top tube. Trata-se de uma boa referência para auxiliar em sua escolha seja qual for a marca que preferir, mas lembre-se, dois pilotos de estaturas idênticas são sem sombra de dúvidas diferentes entre si, não apenas fisicamente, mas também em estilo de pilotagem, uso da bike e até gosto pessoal, sendo assim, por exemplo, um pode preferir um quadro tamanho 18”, enquanto outro se dá melhor com um 16”. Não tenho qualquer pretensão em desencorajar uma consulta a um bom serviço de Bike Fit, algo sempre interessante e recomendável, entretanto, fique atento. Já me deparei com alguns “profissionais” do Bike Fit que nunca sequer subiram numa 29er e consequentemente não possuíam repertório satisfatório para oferecer um aconselhamento postural competente de fato.






Como costumo dizer, pedalar - bem - de aro 29 polegadas envolve mente aberta, experimentação e, principalmente, adaptação. Boas compras!

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