Vários padrões, muitas siglas, poucas informações
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A chegada da linha 2011 de 29ers de diversas marcas, trouxe junto, pelo menos para mim, uma dúvida em relação aos padrões de movimento central disponíveis no mercado. Me vi obrigado a pesquisar
um pouco sobre o tema e compartilhar minhas conclusões com você, blog-leitor do
P29BR.
Não vou escrever aqui sobre os já considerados antigos movimentos centrais de eixo estriado, ainda hoje encontrados em muitas das bikes de menor custo
Não vou escrever aqui sobre os já considerados antigos movimentos centrais de eixo estriado, ainda hoje encontrados em muitas das bikes de menor custo

Assumo também que atualmente os pedivelas com eixo integrado de 24mm de diâmetro e rolamentos do movimento central montados exteriormente ao quadro dominam o mercado. A Shimano desenvolveu o padrão Hollowtech II, que apesar de parecer idêntico aos concorrentes, é na realidade incompatível com o MegaExo da FSA e o X-Type da Race Face, que por sua vez, são intercambiáveis entre si. A versão da SRAM/Truvativ para esse componente é o GXP, cujo movimento central apresenta uma leve variação de diâmetro de um lado a outro, por isso só pode ser usado com os pedivelas da mesma marca.
Vou me ater aos movimentos centrais do tipo Press-Fit com rolamentos encaixados e prensados diretamente ao quadro da bike; guardando-se as devidas proporções, semelhantes em funcionamento às caixas de direção integradas já utilizadas há algum tempo pela indústria de bicicletas.

Falando de maneira simples, Q-Factor é a distância entre as laterais externas de um pedivela, medida paralelamente ao eixo do movimento central, na altura dos pedais. O ideal é que esse número seja o menor possível para proporcionar uma pedalada mais natural e não sobrecarregar as articulações dos joelhos, entretanto exigências no desenho dos chain stays das mountain bikes fazem seu Q-factor ser em média 20mm maior que numa bicicleta de estrada.
O sistema BB30, apesar de parecer, não é novo. Foi na realidade inventado pela Cannondale no final da década de 90. É hoje empregado em grande parte dos modelos da própria Cannondale e agora está igualmente presente nas linhas de componentes de outros fornecedores, como a SRAM e a FSA. Uma bike para receber o BB30 deve ser projetada com uma concha de movimento central de maior diâmetro e os mesmos 73mm de largura de uma mountain bike normal. Os rolamentos são encaixados diretamente ao quadro e fixados através de anéis de retenção. O grande diferencial é o eixo do pedivela de 30mm e o fato dos rolamentos mais robustos estarem posicionados internamente ao quadro, resultando num pedivela com menor U-Factor, mais ergonômico e leve em função de utilizar menos material no processo construtivo. Enquanto apenas a Cannondale produzia um conjunto pedivela/central BB30, seus preços eram astronômicos, depois com a chegada de outras marcas ao mercado, o sistema ficou mais barato e se difundiu, já podendo ser visto em um número muito maior de modelos e marcas de mountain bikes.





Gosto muito dos conjuntos do tipo
Hollowtech II, MegaExo, X-Type e GXP, porque facilmente posso transferí-los de
uma bike a outra, utilizando apenas uma chave allen e uma ferramenta barata para
remover/instalar o central, como a Park Tool BBT-9. Por outro lado, os
rolamentos dos conjuntos Press-Fit precisam ser encaixados ao quadro com a ajuda
de uma ferramenta específica e de custo algumas vezes maior, além de removidos
com outra, diferente. É muito mais fácil e seguro instalar seu central com
rosca, por exemplo, que acomodar da
maneira correta os rolamentos de um central Press-Fit diretamente em um quadro construído emcarbono e que pede um cuidado especial.
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